Tal como em todos os desportos, é necessário assegurar que as condições de competição sejam iguais para todos. Neste sentido, quanto maior for a precisão do mapa, mais facilmente isso será conseguido e melhores condições haverão para traçar um bom e justo percurso.

Relativamente ao orientista, só um mapa preciso e legível será uma ajuda eficaz para a escolha de trajetos que se adaptem às suas capacidades técnicas e físicas. No entanto, a boa capacidade para fazer opções corretas perde todo o significado se o mapa não for uma imagem real do terreno, ou seja, se for impreciso, desatualizado ou de pouca legibilidade.

Tudo o que impeça a progressão é considerado informação essencial: falésias, água, vegetação densa. A rede de caminhos indica onde a progressão e a orientação são mais fáceis. Uma classificação detalhada dos níveis de progressão e obstáculos auxilia o orientista na tomada de decisões. A orientação é acima de tudo baseada na leitura do mapa. Idealmente, nenhum competidor deverá ganhar vantagem ou sofrer desvantagem devido a erros do mapa.

O objetivo do traçador de percursos é conseguir percursos onde o fator decisivo dos resultados seja a capacidade de orientação. Isso só poderá ser conseguido se o mapa for, por um lado, suficientemente exato, completo e fiável e, por outro, claro e legível em situações de competição. Quanto melhor for o mapa, melhores possibilidades terá o traçador para desenhar percursos bons e justos, tanto para os atletas experientes como para os principiantes.

Os pontos de controlo (em conjunto com a qualidade das pernadas) são a mais importante componente de um percurso. A escolha dos locais, colocação de fitas, verificação da sua posição e colocação dos pontos para a prova, são tudo tarefas que exigem bastante de um mapa. O mapa deverá oferecer uma imagem do terreno completa, exata, detalhada e deverá estar atualizado em todos os pormenores que possam afetar o resultado final.

A tarefa do cartógrafo é saber que elementos do terreno colocar no mapa e como as representar. Um bom envolvimento neste desporto é importante para uma compreensão básica dos requisitos de um mapa de Orientação: o seu conteúdo, a necessidade de exatidão, o nível de detalhe e, acima de tudo, a legibilidade.

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Sendo o mapa de Orientação um mapa topográfico detalhado, deverá conter as características do terreno que sejam óbvias para um orientista em corrida. Nele se insere tudo o que possa influenciar a leitura do mapa ou a escolha de trajetos: relevo, formações rochosas, tipo de superfície, velocidade de progressão através da vegetação, áreas de cultivo, hidrografia, zonas privadas e casas individuais, rede de caminhos, outras linhas de comunicação e todas as demais características úteis à orientação.

A forma do terreno é uma das características mais importantes num mapa de Orientação. A utilização de curvas de nível é essencial para a representação de uma imagem tridimensional do terreno (a sua forma e variação em altitude).

A magnitude das diversas características do terreno, a densidade da floresta e a velocidade de progressão, devem ser consideradas aquando do trabalho de campo, tendo em vista a homogeneidade do produto final.

Os limites entre os diferentes tipos de superfície fornecem importantes pontos de referência para o utilizador do mapa. É muito importante a correcta apresentação destes elementos no mapa.

A velocidade do orientista e a suas opções de trajeto são influenciadas por muitos fatores. Informação sobre todos estes fatores deve, portanto, ser fornecida no mapa através da classificação dos caminhos, da indicação da transponibilidade de zonas alagadiças, zonas aquáticas, paredes rochosas e vegetação e mostrando os tipos de superfície e a presença de áreas abertas. Limites de vegetação bem definidos no terreno também devem ser desenhados no mapa, visto que são úteis para a sua leitura.

O mapa deve conter todos os elementos visíveis no terreno que sejam úteis à sua leitura. Durante o trabalho de campo deve-se promover a clareza e legibilidade do mapa. As medidas mínimas definidas para uma boa visualização de um determinado elemento deverão ser levadas em conta aquando da escolha do grau de generalização.

O mapa deverá conter linhas de norte magnético e poderá conter nomes de locais e outro texto periférico que possam ajudar o seu utilizador a orientá-lo para Norte. Este texto deverá ser escrito de oeste para este. Texto dentro da área do mapa deverá ser colocado de modo a que não obscureça outras informações e o seu estilo de letra deverá ser simples. As linhas de Norte Magnético devem ser paralelas aos limites da folha do mapa, podendo conter setas na sua extremidade superior.


Conteúdo adaptado do Livro “Orientação – Desporto com pés e cabeça”