Características de um bom percurso

A capacidade de navegação, a concentração e a técnica de bicicleta dos orientistas devem ser testadas durante um percurso. Todos os percursos devem recorrer a uma variedade de diferentes técnicas de orientação.

Os percursos devem exigir alto nível de concentração durante toda a competição, envolvendo a leitura detalhada do mapa e tomadas de decisão frequentes. Todas as pernadas devem ser desenhadas para fornecer uma variedade de opções de trajeto, tentando ao mesmo tempo maximizar a segurança do orientista.

Terreno adequado

Para uma prova de Orientação em BTT, deve ser escolhido um terreno adequado a esta disciplina. As características que tornam um terreno adequado para esta disciplina são muito diferentes das características necessárias para um percurso de Orientação Pedestre.

Assim, o mais importante é a existência de uma rede de caminhos densa e com diferentes tipos de caminhos, tanto em termos de largura como de transitabilidade.

Deve também ter um desnível moderado a alto, de forma a criar bons desafios de escolha de opção utilizando esta característica do terreno.

Também se deve ter em consideração o nível de conhecimento que alguns atletas possam ter do terreno e/ou do mapa. Em Portugal, as regras exigem a utilização de mapas novos em Campeo­natos Nacionais.

Grau de dificuldade

Para qualquer tipo de terreno e mapa, um traçador de percursos pode planear percursos com vários níveis de dificuldade.

O grau de dificul­dade das pernadas na Orientação em BTT pode ser aumentado fazendo, por exemplo, os atletas seguir por caminhos de transitabilidade menor e com mais desnível, construindo pernadas com muitos cruzamentos de caminhos e escolhendo pontos mais afastados de grandes referências.

Deve ser tida em atenção a capacidade técnica dos atletas, a sua experiência e a sua capacidade de compreender a complexidade do mapa (principalmente ao nível da leitura do desnível e do tipo e da densidade da rede de caminhos). É particularmente importante conseguir o nível correto de dificuldade, quando o percurso se destina a principiantes e jovens.

Como foi já referido antes, é um erro comum fazer os percursos de formação e de promoção demasiado difíceis. O traçador de percursos deve ter cuidado para não avaliar a dificuldade do percurso de acordo com a sua própria capacidade técnica e velocidade de execução.

Um bom método para traçar percursos de forma a tornar o nível dos percursos adequado, é começar pelos percursos mais fáceis (mais jovens) e mais difícil (H21E) e depois a partir dessas referências extremas fazer todos os restantes percursos.

Zonas perigosas

Na Orientação em BTT assume particular importância a proteção do orientista de zonas perigosas.

Isto consegue-se por um lado com a marcação clara no mapa dessas zonas, mas também com o evitar, por parte do traçador de percursos, de pernadas que incentivem o orientista a circular nessas zonas.

Por vezes um caminho pode ser perigoso apenas numa direção (por ser uma descida muito inclinada, por exemplo), pelo que a direção de passagem nessas zonas deve ser acautelada.

Distância entre pontos de controlo

Na Orientação em BTT, os pontos de controlo (incluindo o triângulo) não devem estar localizados, em linha reta, a menos de 50 metros uns dos outros.

Medição de distância e desnível

A distância de um percurso deve ser medida desde a partida (e não apenas do triângulo) passando por todos os pontos de controlo e até à chegada.

Deve ser medida pelos caminhos (ou fora destes onde permitido) que permitam a distância mais curta possível entre cada ponto de controlo.

O desnível total deve ser medido pelo mesmo trajeto utilizado para medir a distância.

Sinalética

Na Orientação em BTT não é utilizada sinalética.

Qualquer ponto marcado num elemento fora de caminhos deve ser feito de forma a não ser necessária descrição suplementar da sua localização para além da dada no mapa em si.