As pernadas (em conjunto com a qualidade da localização dos pontos de controlo) são o elemento mais importante de um percurso de Orientação e determinam a sua qualidade.
Boas pernadas oferecem problemas de Orientação interessantes, conduzem os orientistas através de terreno agradável, dando alternativas para opções individualizadas e escolha da informação necessária para navegar. A escolha de boas pernadas facilita também a dispersão dos atletas.
Num mesmo percurso devem existir diferentes tipos de pernadas, alternando a necessidade de pormenorizada leitura do mapa com opções mais fáceis e rápidas. Devem também existir variações no que diz respeito à extensão e dificuldade das pernadas, para forçar o atleta a usar diferentes técnicas de orientação e velocidades de corrida.
Deverão, sempre que possível, existir pernadas que ofereçam ao orientista a possibilidade de selecionar, entre várias opções de trajetos numa pernada, a que se adequar melhor às suas capacidades.
O traçador de percursos deve também provocar alterações na direção geral de pernadas consecutivas, pois isto força os atletas a se reorientarem frequentemente.
Cada tipo de percurso existente (longa, média, sprint, estafetas, estafetas sprint e knock-out sprint) tem as suas características próprias que terão de ser tidas em consideração pelo traçador de percursos.
Situações a evitar
Ângulos agudos – É necessário ter muito cuidado ao escolher a localização e sequência dos pontos de controlo, por forma a evitar “ângulos agudos” (entrada e saída do ponto pelo mesmo trajeto), para que os atletas que estão a sair do ponto de controlo, não denunciem a sua posição aos que chegam.
Esta situação pode ser evitada, por exemplo, colocando-se um ponto de controlo suplementar (ver figura abaixo).
É necessário ter em atenção que este “ângulo agudo” pode ser provocado pelo terreno e não pelo ângulo real entre as pernadas (ver figura abaixo).
Uma situação semelhante pode ocorrer quando diferentes escalões percorrem uma pernada em direção oposta.
Pernadas cruzadas – Quando existirem pernadas cruzadas deve-se evitar que o traço que une os pontos passe junto ou sobre outro ponto de controlo.
Fator sorte – Nenhuma pernada deve conter opções que deem qualquer vantagem ou desvantagem que não possa ser prevista através do mapa por um atleta em competição.
Zonas interditas ou perigosas – Não devem ser escolhidas pernadas que encorajem os orientistas a atravessar áreas interditas (p.ex. zonas privadas ou cultivadas) ou perigosas (p.ex. falésias, rios, estradas).