O Traçador de Percursos de Orientação, deve estar consciente dos erros mais comuns no planeamento de percursos, de forma a tentar evitá-los.

Planeamento à Distância

O traçador de percursos nunca deverá planear um ponto de controlo ou uma pernada sem conhecer detalhadamente o terreno e o mapa, particularmente nas zonas dos trajetos possíveis.

Deve também ter em consideração que no dia da prova as condições do terreno podem ser diferentes das existentes no momento em que os percursos foram planeados.

Não deve escolher os pontos de controlo e depois limitar-se a combiná-los para os diversos percursos, já que dessa forma a qualidade das opções intermédias ficará comprometida.

Percursos demasiado difíceis para escalões de promoção e de formação

O planeamento de percursos adequados a jovens e principiantes é tão ou mais difícil do que o planeamento de percursos para os escalões de Elite.

É bastante comum encontrar esses percursos com demasiada dificuldade física e/ou técnica. O traçador deve ter o cuidado de não estimar a dificuldade baseado na sua própria capacidade quer física quer técnica.

Percursos demasiado fáceis para escalões de Elite

Para os escalões Elite e Juniores A é essencial que se consiga um conjunto de pernadas e de pontos de controlo de elevada dificuldade técnica. É preferível diminuir um pouco um percurso, do que utilizar zonas demasiado fáceis para estes escalões.

É importante potenciar ao máximo as zonas interessantes do mapa, colocando pontos de controlo em locais que obriguem à interpretação do mapa até ao elemento característico e fazendo com que não seja possível ver os pontos ao longe.

Percursos demasiado exigentes fisicamente

O percurso deve ser planeado de forma que um atleta médio desse escalão possa fazer a maior parte do percurso a correr.

O desnível acumulado de um percurso não deve, normalmente, exceder 4% da sua extensão total, medido pelas melhores opções.

A dificuldade física dos percursos deve diminuir progressivamente com o aumento da idade nos escalões veteranos.

Pontos de controlo inadequados

Por vezes o desejo de conseguir as melhores pernadas possíveis, leva o traçador de percursos a escolher locais inadequados para os pontos de controlo.

É essencial perceber que raramente os atletas notam a diferença entre uma boa e uma excelente pernada, mas vão ser bastante críticos se perderem tempo num ponto devido à baliza estar escondida, se existir ambiguidade na sua localização, sinalética enganadora, etc.

Pernadas com opções demasiado complicadas

O traçador de percursos pode ver opções de trajeto, que nunca serão utilizadas pelos atletas e assim perder tempo a construir intricados problemas. Não esquecer que o atleta em competição tem tendência a escolher opções menos complexas e que não envolvam percas de tempo em planeamento. Como exceção temos as situações que poderão ser criadas na distância Longa, obrigando os atletas a procurar opções mais longas mas mais rápidas.

Percursos não testados

O traçador de percursos deve testar os diversos percursos, podendo recorrer a elementos da organização de acordo com as suas capacidades técnicas e físicas adaptadas aos percursos correspondentes.